Cai o pano. Começo ou fim da peça?


Todo mundo tem um lado estranho, escuro, escondido…
um lado aterrador às vezes. Outras vezes apenas imbecil.

Mas o baile de mascaras da vida é eterno,
não da pra ser você mesmo o tempo todo.
Atualmente, não se pode ser sincero nem por um instante,
ou você é fraco ou você é um monstro, mas
com certeza você é julgado.


E quando cai o pano? E quando tira-se a mascara?
Quem é você afinal? Você reconhece esse estranho no espelho?
Uma mentira dita mil vezes tornar-se-á verdade… Engane-se
por tempo suficiente, torna-te convincente a ti, e enganarás multidões.
Mas, quando você acredita na mentira a ponto de torna-la verdade
o que te diferencia dos outros? Quem é você afinal?
O médico ou o monstro? Ator ou personagem?

Já estou confuso comigo mesmo há muito tempo.
Sei que não sou esse ser que as pessoas conhecem e alguns até gostam,
mas, também não sei mais quem sou. Fiz de mim um personagem
tão canastra que eu mesmo não me aguento mais
…e agora cai o pano. Mas não a mascara.

E agora?
Hora de reinventar o personagem? Hora de repintar a mascara?
Ou seria hora de mandar todo esse jogo imundo no lixo
e tentar redescobrir o meu verdadeiro EU?!
Ah, não… esse 'verdadeiro Eu', agora mais conhecido como 'outro eu'
não seria socialmente aceito…

Eu só preciso, realmente, tirar férias de mim,
ter um acesso de fúria ao invés de ficar observando
a merda que já foi pro ventilador, rolar parede abaixo.
Preciso de um alvo, um bode expiatório.
Mas assim, é o mesmo que manter a mascara, afinal,
precisar de uma desculpa socialmente aceitável
para se estar furioso, em função de explicar o ocorrido
a si próprio é, em teoria, desnecessário.

No fim das contas, cai o pano, mas o teatro continua…
mesmo quando não tem mais iluminação, plateia, palco e coreografia,
falas ensaiadas saem do ator 'imitando' a personagem…
talvez seja realmente como dizem, "A vida imita a arte".

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