O anjo caído retorna...

Méritos... medos... monstros...
Aqui jaz o que um dia se chamou "Homem".

Tudo o que sonhamos enquanto acordados, é
ter, obter, fazer, conseguir, projetar, poder...
mas, tudo o que conseguimos é sono.
Nesse instante, vejo a verdade não nua como antes,
mas crua e indigesta... pútrida... fria e mal cheirosa.

Me enche de nojo o conhecimento dos sábios,
ou daqueles que se dizem iluminados... agora entendo...
Todos tentaram mostrar, à sua maneira, o que era real;
Todos falharam em ter, à sua maneira, a prova final.

Eu?! Me pergunte... o que vai acontecer agora?!
Nem mesmo eu saberia perguntar e/ou responder
à qualquer que seja a pergunta e/ou resposta que vier...
Mas sei... O anjo adormecido ressuscita agora em mim...


O anjo caído retorna das profundezas do ódio e da lama,
da sujeira plantada pelos seres inférteis que nos habita,
do sangue pisado dentro do peito e da ferida aberta...
... na carne ... na alma ... no espirito ...

Mais uma vez morre o homem...
"Maldito seja. Já vai tarde" - Digo em voz alta ao falecido.
E o cretino insiste em tentar respirar de novo...
Eu o sufoco diáriamente com meu rancor e
minhas lágrimas mudas pela dor e o veneno,
mas ele insiste em coexistir comigo. Porque?!

Maldita esperança, doença dos gentios,
que se acumula na mente dos fracos e os faz ceder
à loucura e a devaneios infindáveis...
Nada posso fazer por ti, Homem. Nada!

então Homem faça um favor a si mesmo,
MORRA com Honra e Dignidade, enquanto as tem!
Deixa o trabalho pra mim,
que sou filho do Algoz da Humanidade - Diz ele a mim.

Renasce das cinzas deixadas no meu peito morto,
o final da incendiada paixão, vívida in memoriam...
Volta das lágrimas não choradas e desenrola
o fio da tua espada coberta pelo desespero...
Devora a alma daqueles que se opuserem a ti,
sem dó, nem a piedade que clamas aos teus... a mim...

Anjo caído que mora em mim, tende piedade da minha dor,
e viva novamente... faça-se integro aos teus e meus propósitos...
prova ao mundo que estavas, de todo, certo quando disseste:
"Voltarei, pois tu me clamarás, e de tantos, precisarás de mim."

Tontura - Vertigem... O mundo todo roda... e tudo se põe no lugar.
Um sorriso se estampa em minha face, pois ouço,
nítido e claro como antes... o sussurro de minha alma...
o vulto de meu próprio ser, dizendo: "Filho meu... Filho... eu..."
"vinga-te... faça... seja... eu... VITÓRIA... volta... voz... agora!"

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