Limiar – Morada dos Sem-Fim!

Eu estou vagando, num lugar escuro e frio…
ou pelo menos deveria estar…

No Limiar da Realidade, onde a cegueira é uma boa opção, visto às mentiras que contamos pra nós mesmos todos os dias. Onde a surdes é a Melhor Opção às mentiras que ouvimos dos outros…

Sem rumo… sem tempo… perdido

Mesmo assim ainda vejo alguém, parece comigo, mas está tão longe à minha frente, e me parece tão familiar quanto a sombra que me segue há dias… Tão hesitante quanto a chama de uma vela, a voz ecoa no silencio sem dizer nada.

“Porque… Pra que… Por quem… Pra quem… Por vir… Pra onde?!”
Não sinto mais meus pés tocarem o chão, desde que ele se abriu debaixo de mim, mas, ainda me vejo distante caminhando sobre uma imensidão de nada; cambaleando sem direção através de um tempo parado…

Paisagens em preto e branco passam às vezes, eu não as reconheço…
mas é como se eu já tivesse passado por aqui antes… Deja Vù! Talvez…

Os ventos gelados desse lugar estão parados, mas no momento em que eu me mexo, eles me cortam como navalhas afiadas… minha pele ainda está intacta, mas por dentro eu não posso dizer o mesmo…
Como eu posso estar no inferno, se ainda estou vivo? – Eu estou vivo?

Num breve momento de delírio, as nuvens se abrem, o sol aquece a minha pele, o ar rançoso e gélido de porão húmido se esvai, e um sorriso me diz: “vem cá?!”Me pego em meio a um beijo e um sorriso ameaça esboçar na minha máscara, que petrificada pelo frio e lágrimas de sangue se parte… DOR! INSUPORTÁVEL DOR! …e tudo volta a ser escuro e frio…

O sol parece que nunca viu esse lugar, as noites aqui são infinitas e pensativas.
Lampejos da realidade ao meu redor começam a se formar, e palavras são novamente jogadas ao vento… palavras de medo e angústia.

Eu me abraço e tento continuar, afinal, é o melhor que eu posso fazer… (sério?)
Gritos de desespero vindo de um limbo não tão distante, me dizem pra desistir, mas, caminhar em qualquer direção é mais reconfortante do que aceitar uma derrota… as pedras pontiagudas me talham os pés ao caminhar, e nada se move além de mim… é como estar seguindo pra lugar nenhum o tempo todo…

Voltar é o único caminho que eu conheço, mas ainda assim é perigoso e árduo. A Sombra atrás de mim sorri, um sorriso vago, não sei mais se ri pra mim, ou da minha cara… Às vezes, o outro EU, diante de mim, torna seus olhares para trás, como que estendendo a mão e me chamando pra mim, mas ele não sorri, nem chora… só observa! Às vezes quando ele se vira, o sol ameaça surgir no horizonte, mas eu sei que é só uma ilusão, não consigo ver luz aqui… e pra onde quer que eu vá… por mais ensolarado que seja o lugar, eu sei, que é aqui que eu vou estar quando tudo acabar:


Eu vejo agora… O semblante do FIM!

e o Limiar continua…

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