O teu sorriso me matou... várias vezes...

Meus ouvidos tampados pelo fone nublam a minha visão do mundo ao meu redor... nublam a minha mente como se nada existisse; nem mesmo aquela dor crescente dentro de mim, incomoda mais...
Nem mesmo a garoa fina que me beija a face gélida e de aparencia póstuma; nem mesmo o vento gelado que me espanca o corpo com suavidade implacável; nem mesmo as vozes das pessoas que me olham e comentam.... nada realmente existe...

Minha visão é completamente coberta por um agradável som, uma música levemente acelerada, um ritmo crescente que marca os meus passos em direção ao outro lado;
Não percebo mais, carros ou motos, ônibus ou caminhões, todos passam por mim como se eu não existisse, como se as ondas da música me fizessem transparente e intocavel, eu atravesso a larga avenida, sem nem sequer, olhar para os lados...

A Dor. Começa com um pequeno esquentar no sangue, vira um frio na boca do estômago, gela o corpo, que por sua vez queima em febre. Insânia. Um total vazio toma conta de mim, e nada dói mais... por um momento achei que não conseguiria chegar vivo ao outro lado, mas, nem medo eu sentí. Muito pelo contrário, alívio.
Não tiro a cena da cabeça... Não tiro o dia do calendário... a data só muda de lugar... quando estou ai perto de ti, o meu sorriso é indício de pensamentos sujos... não confio mais em mim...

Enquanto espero o caminho acabar; enquanto espero o fim da espera; enquanto espero o dia clariar; nada de sono, não consigo dormir, não mais... minha mente antes vazia, agora me prega peças, me dá conselhos tortos, me indica caminhos obscuros, me cega com objetivos alcançados pela metade.... me diz que o melhor que tenho a fazer é desistir de tudo e cair no sono dos justos... não posso mais me conter enquanto estou contigo, meus risos, minha sina, meu perigo... me isolo dentro de mim mesmo enquanto espero... espero... espero... espero...espero...espero...espero...
o resto da miséria que me cerca... somos todos cães... cães sem donos nem pais, nem mães.... somos todos cães...

Virei buscar o que me pertence, mesmo que essa parte não caiba a mim.

Terei o que me cabe, mesmo que essa parte não me pertença.

Sempre que penso estarmos juntos, é você quem liberta/desperta o mal de mim/em mim... maldita dualidade.... não sou nada... sempre fui mais que um... e nunca fui ninguém...

Liberta-me ou verás a minha verdadeira face.

Não mereces ver a mim como realmente sou... ninguém merece ver-me em meu real 'EU' ... nem mesmo 'EU' quero ver-me a mim mesmo.

Não... não verás nada... quando menos perceber, o final trágico estará traçado e concluído...
Não... não me dê motivos pra eu me odiar...
Não... não me odeie... eu ainda não te contei o porque eu me odeio... quando eu te contar, você também vai me odiar... certeza!!!

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